quinta-feira, 29 de abril de 2010

História de concurseiro "pescador"?


Tá dando pra ler acima? É, você não leu errado não, é isso mesmo:

"Candidato Analfabeto passa em Concurso Público em Pernambuco"

Parece até pegadinha, mas olha a matéria:

O Ministério Público de Pernambuco, ao investigar supostas irregularidades no concurso público realizado na cidade de Ribeirão, denunciadas pelo vereador Mario Teixeira de Paula, descobriu apenas que um candidato a agente patrimonial conseguiu ficar entre as setenta vagas disponibilizadas, passando em quadragésimo quarto lugar.

O fato é que este cidadão é analfabeto e o cargo exige ensino fundamental. O candidato acabou assumindo que chutou todas as questões da prova, que foi somente objetiva, e que teve sua ficha de inscrição para o concurso preenchida por uma funcionária local, pois apenas sabe assinar o seu nome.

De acordo com o Ministério Público isto não configura crime, apenas o candidato não poderá assumir a vaga pois, não possui o requisito exigido para o cargo e será excluído do concurso.

Fonte: Estadão

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Como se já não bastasse termos que enfrentar uma maratona de estudos massante para enfrentar concorrentes bem preparados, agora temos que se especialistas em mandinga pra enfrentar umas peças dessas. Tá, o componente sorte está sempre presente quando fazemos uma prova (e é sempre bem-vindo na hora do salamê minguê), mas assim também já é demais!

Só digo uma coisa, o analfabeto perdeu tempo e dinheiro fazendo esse concurso. Não pelo fato dele não poder assumir o cargo, mas realmente acredito que ele poderia ter aproveitado essa sorte pra coisa melhor: Esse cara tinha é que ter jogado na loteria!

(Que burro, dá zero pra ele!)


terça-feira, 27 de abril de 2010

INTRO

Olá leitores!

Me chamo Ludmila, tenho 26 anos, moro em Vitória-ES, sou publicitária e desde Janeiro de 2010 assumi meu novo "cargo": o de concurseira.

Minha história até aqui pode ser parecida com a de muitos que decidem tomar esse rumo, mas acho q vale a pena contar brevemente para que outras pessoas que estejam pensando em fazer o mesmo tomem como experiência.

Posso dizer que tomei minha decisão baseada em dois importantes fatores: o MERCADO DE TRABALHO e a FAMÍLIA.

O mercado publicitário capixaba "não é assim uma Brastemp", é um mercado que tem suas particularidades. Sem entrar muito no mérito da questão, o que posso dizer é que infelizmente é um mercado que não paga bem o empregado. Quando digo pagar bem, estou falando de um salário que dê condições de pagar moradia, alimentação, transporte, lazer e capacitação/aperfeiçoamento, uma vez que somos constantemente cobrados para estarmos atualizados. Este salário depende de cada cidade, como se sabe, mas aqui não o querem pagar.

Quanto ao outro fator importante, a FAMÍLIA, posso dizer que este foi decisório. Já andava descontente com o emprego que tinha, mas não tinha coragem de largar tudo para entrar de cabeça nos estudos para concursos (ideia que já rondava minha cabeça). Conheço meu ritmo e sei que fazer as duas não traria resultados satisfatórios, eu teria que estar 100% em um ou em outro.

Meus pais se separaram quando eu tinha 18 anos e meu pai ainda paga pensão, que utilizamos unicamente para pagamento de contas. Minha mãe também trabalha, só que o mercado dela, assim como o meu, não valoriza o profissional. Portanto, contamos com a pensão do meu pai todo mês.

No final de 2009, posso dizer que levei um arrocha do meu pai. Ele jogou as cartas na mesa e mostrou quanto gastava comigo. Foi uma situação constrangedora, pois sabia que ele estava certo, mas aquele valor exposto como o ideal para eu receber (e não depender mais dele) ninguém quer pagar, apesar de ser graduada, ter duas especializações e experiência de estudo e trabalho no Brasil e no exterior. Sempre há alguém que aceita receber menos, então não cobrem a oferta.

Me vendo em um mercado pouco promissor, com cobranças familiares nas costas e muitos sonhos a serem realizados, decidi sair do emprego e ter dedicação exclusiva aos concursos. Essa iniciativa foi muito bem vista por meu pai que passou a dar suporte necessário (tanto financeiro quanto emocional - sinto que nos aproximamos mais) para a conquista da minha vaga.

Assim, desde o início deste ano estou na luta! Até o momento já fiz 4 concursos:
  • FUNAI (médio e superior);
  • EMBRAPA;
  • Banco do Nordeste;
  • Ministério dos Transportes.
Anos atrás cheguei a fazer, sem dedicação exclusiva, os concursos do MPU, Petrobras e Prefeitura Municipal de Vitória (PMV). Estes dois últimos cheguei a ser aprovada, mas em colocação astronômica no da Petrobras (que se não houvesse vencimento eu seria chamada qd fosse tataravó) e em colocação alta no da PMV para apenas 4 vagas (que não teve ainda aprovados convocados, ainda tem isso).

Com isso, já observei situações inusitadas que merecem ser comentadas. Uma coisa é fato: vida de concurseiro não é fácil, mas tem lá sua graça.

Acompanhe os próximos posts!

Se você ainda não é concurseiro, pode tirar dúvidas e conhecer um pouco mais desse universo que a cada dia atrae mais pessoas (consequentemente, mais concorrentes, hunf...).

Se você já é concurseiro, bem-vindo ao time! Venha rir de situações das quais você certamente já presenciou, mas com o enfoque mais descontraído (afinal andamos tensos demais!) ou então para chegar à certeza de que "não, isso não acontece apenas comigo...".